BENZENO
Metabolismo [3,7]
Fig. 7 - Metabolismo do benzeno. Adaptado de [3]
Embora o metabolismo do benzeno tenha já sido estudado extensivamente, ainda se desconhece os passos que levam à sua toxicidade. A metabolização do benzeno ocorre principalmente no fígado, os metabolitos são depois transportados para a medula óssea, onde a toxicidade deste composto é expressa. Neste local, poderá ocorrer também parte do metabolismo.
No fígado, o CYP2E1 quando em contacto com o benzeno origina 2 compostos intermediários (óxido de benzeno e oxepina). Existem duas vias que envolvem o metabolismo do benzeno. A via maioritária envolve o rearranjo não-enzimático formando FN, o metabolito maioritário. Este será oxidado pela CYP2E1, originando CAT ou HID, que quando na medula óssea, serão oxidados via mieloperoxidase (MPO), formando os metabolitos reactivos BEQ2 e BEQ4, respectivamente. A reacção inversa é catalisada pela NQO1.
Ambos CAT e HID poderão ser convertidos noutro metabolito reactivo, o BET, via CYP2E1. Por outro lado, poderá ocorrer a formação de BDI, quando na presença de EH, dando por fim, origem a CAT pela acção da DHDD.
Todos os metabolitos fenólicos do benzeno (FN, CAT, HID e BET) poderão sofrer conjugação por sulfonação ou glucuronidação, sendo os conjugados do FN e HID, os maioritariamente excretados pela urina.
A via minoritária inclui:
(1) reacção com GSH originando MEC
(2) abertura do anel com formação de MUC, através do intermediário MUA.
Excreção [3]
Segundo dados científicos, a principal via de eliminação de benzeno não metabolizado, após exposição por via inalatória, é a expiração. O benzeno absorvido é excretado pela via metabólica do ácido mucónico e do fenol, seguida de excreção urinária dos conjugados (sulfatos ou glucuronatos).
Num estudo com 23 indivíduos que inalaram 47-110 ppm de benzeno, durante 2-3 horas, observou-se que 16,4 – 41,6% de benzeno que ficou retido no organismo, foi excretado pelos pulmões nas 5-7 horas seguintes. Apenas 0,07-0,2% de benzeno retido foi excretado pela urina. Demonstrando que a presença deste composto na urina poderá ser útil como biomarcador da exposição ocupacional.