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Biomarcadores utilizados para identificar ou quantificar a exposição ao benzeno [3]

O benzeno não metabolizado pode ser detectado no ar expirado e na urina de indivíduos expostos aos vapores do benzeno.

Os níveis na urina de fenol, de ácido mucónico e de ácido mercaptúrico têm sido utilizados para monitorizar a exposição ocupacional ao benzeno

A American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) estabeleceu 25 µg de ácido S-fenilmercapturico / g de creatinina na urina e 500 µg de ácido trans,trans-mucónico / g de creatinina na urina como Índices de exposição biológico (BEIs) para a exposição ocupacional ao benzeno.

Foi demonstrado que os níveis de benzeno no ar do local de trabalho e os de catecol e hidroquinona urinários em trabalhadores expostos, possuem uma relação mútua. Como biomarcadores de exposição ao benzeno, utiliza-se os seguintes mecanismos: visualização de aductos de hemoglobina e albumina  aos metabolitos de benzeno, óxido de benzeno e 1,4-benzoquinona. Foi observado também a formação de aductos de DNA com os metabolitos de benzeno, após a exposição ao xenobiótico.

Um estudo científico avaliou os diferentes biomarcadores de exposição ao benzeno e a sua relação com os níveis de benzeno ambiental. O ácido mucónico na urina foi o que obteve maior correlação com as concentrações de benzeno ambiental e, os de hidroquinona foram os biomarcadores de exposição mais precisos para os metabolitos fenólicos de benzeno, seguido do fenol e catecol. No entanto, nenhuma relação foi encontrada entre os níveis de benzeno ambiental e benzeno não metabolizado na urina, embora outros estudos sugiram que o benzeno na urina poderá ser útil como biomarcador de exposição ocupacional.

 

Os biomarcadores referidos anteriormente parecem ser bons indicadores  de exposição ocupacional ao benzeno, especialmente em quantidades elevadas. Não obstante, alguns destes podem não ser indicadores fidedignos da exposição ambiental benzeno  (concentrações abaixo do padrão industrial comum de 1 ppm). Por exemplo os resultados de um estudo com 152 trabalhadores químicos, demonstraram uma relação linear entre a concentração de benzeno no ar da zona de trabalho (quando ↑ a 10 ppm) e as concentrações urinárias de catecol e hidroquinona. Por outro lado, trabalhadores que sofreram uma exposição média de 10 ppm de benzeno não apresentaram diferenças significativas nas concentrações urinárias de catecol ou hidroquinona quando comparados com um grupo de indivíduos não expostos.

 

 

Em resumo, são vários os metabolitos de benzeno que podem servir como biomarcadores de exposição. O benzeno urinário parece ser o marcador mais sensível para baixos níveis de exposição a este xenobiótico.

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